Movimento Alternativa Socialista convoca para a Marcha Mundial do Clima 2018!

A hipocrisia deste governo é gritante. A sua obstinação em continuar com o furo petrolífero em Aljezur demonstra o seu total desprezo pela vontade das populações, pela sua qualidade de vida e põe em risco a nossa economia. Não se pode aumentar dramaticamente o imposto sobre combustíveis invocando argumentos de sustentabilidade ambiental e ao mesmo tempo pretender abrir a caixa da Pandora da prospecção petrolífera na Costa Portuguesa.

Prestige em 2002, Golfo do México em 2010, Exxon Valdez em 1989. Já deviam ter aprendido a lição. Tal como com a energia nuclear, os riscos são demasiado grandes, a negligência humana, a incúria demasiado prováveis para arriscarmos assim o futuro dos ecossistemas marítimos e do nosso tecido económico. Os únicos que beneficiarão com a construção de plataformas petrolíferas serão os accionistas da ENI e da GALP.

Mesmo depois do Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé suspender a licença para o furo de prospecção em Aljezur, o governo apressou-se em anunciar, pelo Ministério do Mar e pela Direcção Geral dos Recursos Marinhos que iria recorrer da decisão. Que aconteceu afinal às tímidas promessas do Acordo de Paris? Que diferença existe entre Trump, que rasgou o Acordo e insiste no regresso a exploração do carvão e o governo português que decide agora apostar na exploração de uma fonte de energia que nos está a lavar para o abismo? Qual a diferença na prática entre a política energética deste governo e a de Trump?

E logo em Portugal, país a que não faltam os recursos naturais para ser soberano em termos energéticos e sê-lo de forma limpa, este que é um país de tanto sol, marés e ventos. A nova economia sustentável e não poluente está aí nos céus e nas ondas e não em furos nas profundezas do mar donde só podem vir marés negras, o aumento de riscos sísmicos e o aumento irreversível da temperatura global que tornará a vida neste planeta insustentável.

O Movimento Alternativa Socialista defende outro futuro. E esse futuro constroí-se com a revogação imediata de todas as concessões de prospecção de furos petrolíferos sem direito a qualquer indemnização. Esse futuro passa pela acessibilidade e melhoria da oferta de transportes públicos e não pela degradação a que temos assistido. Esse futuro passa pelo envolvimento das populações no desenvolvimento de um plano futuro de energia limpa garantido novos empregos e qualidade de vida. Esse futuro passa pela presença de todos nós na Marcha Mundial do Clima que se realizará em Lisboa, Porto e Faro a 8 de Setembro.