Confirmados 4 milhões pelo mundo, em Portugal arrancaram as actividades da Greve Climática Global

O segundo dia da semana da Greve Climática Global viu confirmarem-se os números históricos das manifestações de dia 20 de setembro, com 4 milhões de participantes em mais de 100 países. As manifestações nos Estados Unidos tiveram mais de um milhão de pessoas, ultrapassando amplamente a participação nas greves climáticas estudantil de março e abril. As manifestações na América do Sul também tiveram participações superiores às anteriores, sendo que no Chile as manifestações foram gigantes (será neste país que se realizará a COP – cimeira do Clima – deste ano).

Na noite passada começaram os eventos da Greve Climática em Portugal, com a caminhada nocturna entre o Príncipe Real e a Assembleia da República e as vigílias noite dentro em Lisboa (frente à AR) e no Porto (frente à Câmara Municipal). Nas vigílias houve importantes debates temáticos e estratégicos entre as várias organizações que organizam a Greve Geral Climática e outras, sobre imprensa, sobre activismo, sobre a crise climática e as medidas concretas que nos permitem ultrapassar este sistema produtivo que ignora os ciclos naturais e os limites biofísicos do planeta em que vivemos.

Ainda ontem à noite foi divulgado o pré-aviso de greve da FENPROF, a maior federação sindical de professores do país, que se junta em Portugal à Greve de dia 27 de Setembro (o STOP e o STSSSS já haviam apresentando pré-avisos de greve também). Neste momento, a greve de dia 27 em Portugal abrange uma enorme quantidade de profissionais do Ensino, da Saúde, Solidariedade e Segurança Social.

No Cinema City, em Alvalade, o CineClima lançou-se com a antestreia do filme A Hora da Saída e debate com representantes da Greve Climática Global e da 2degrees Artivism.

Hoje, em Paris, numa manifestação que juntou a Greve Climática Global com o movimento dos Gillet Jaunes (Coletes Amarelos), mais de 50 mil participaram: Houve alguns confrontos e uma atitude altamente repressiva por parte da polícia, diferentes do ambiente das manifestações de dia 20, e no final houve um bloqueio de três pontes da cidade.

Também hoje, em Lisboa, uma manifestação contra a exploração de lítio no Norte do país trouxe pessoas da região a juntar-se com manifestantes locais em oposição à mineração. Ontem e hoje a chuva pontuou as acções em Portugal.

Considerando os números absolutamente extraordinários de participação no dia 20, começa já a crescer a expectativa para dia 27. Será possível bater a participação de dia 20 com a adesão massiva em vários outros países onde nas greves anteriores a expressão foi muito forte, como Itália, Espanha, Portugal, França ou Reino Unido?

Para terminar, não faltaram sequer as já aborrecidas notícias falsas, principal das quais foi a acusação às centenas de milhares manifestantes australianos de terem destruído um parque (reproduzindo-se para tal a imagem do Hyde Park, em Londres, no ano passado depois de um festival de música): https://www.theguardian.com/environment/2019/sep/21/climate-strikes-hoax-photo-accusing-australian-protesters-of-leaving-rubbish-behind-goes-viral