Pela primeira vez em Portugal, a Red Rebel Brigade da Extinction Rebellion esteve hoje em Belém – passando pelo Palácio Presidencial, Mosteiro dos Jerónimos e Padrão dos Descobrimentos. Vestidos de vermelho, símbolo do sangue da extinção e da luta que vivemos, e sem dizer qualquer palavra, esta brigada de rebeldes vermelhos causou estranheza e espanto a turistas e locais, vinda a Lisboa anunciar a rebelião do próximo dia 27 de Setembro.
Ontem ocorreram novas manifestações pelo clima em Kuala Lumpur (Malásia), em Chennai (Índia) e Seul (Coreia do Sul).
Além das manifestações e acções de desobediência civil ontem em Paris, também em Inglaterra ativistas do Extinction Rebellion bloquearam o porto de Dover e uma autoestrada, tendo havido várias detenções, entre elas a de um activista com 91 anos. A acção chamou a atenção para a vulnerabilidade alimentar do Reino Unido perante a emergência ecológica e climática.
Ontem à noite houve duas sessões do CineClima; uma na Universidade Lusófona, onde passou ou filme “Normal is Over” e outra no Sirigaita, com o filme “Frackman”. Esta tarde o filme “Udita” passou na Casa Ninja Lisboa, seguido de debate com ativistas da Rede 8 Março, Greve Climática Estudantil e XR Portugal, entre outras.
Hoje o grupo “System Change not Climate Change” e o Stay Grounded em Viena, Áustria invadiram e desenharam com os seus corpos as linhas vermelhas climáticas, contra a construção de mais uma pista aérea no aeroporto de Viena, e em preparação para o greve de dia 27. Ainda ontem à noite no Concertgebouw em Amsterdão, o grupo Fossil Free Culture Holanda fez um acção durante um concerto nesta sala, que é patrocinada com dinheiro da petrolífera Royal Dutch Shell.
No campo institucional, ontem começou a cimeira da Acção Climática para a Juventude, em Nova Iorque, e o secretário-geral da ONU, António Guterres, começou a projectar a mensagem culpabilizante que imputa à Humanidade a gula insana do capitalismo global, dizendo que existe um “conflito sério entre pessoas e a natureza”. Esta frase omite que a maior parte da Humanidade, em particular os povos mais pobres e as classes mais desfavorecidas dentro de cada nação, não foram consultadas ou sequer inquiridas sobre o modelo de “desenvolvimento” seguido pelos respectivos países, e foram em geral tão penalizadas como o ambiente e o clima neste modelo assente na negação dos ciclos básicos da vida.