BNP Paribas é o principal financiador da destruição da Amazónia, denuncia XR Portugal, Greta não deixa ninguém indiferente

O Extinction Rebellion Portugal foi hoje à sede do BNP Paribas em Portugal denunciar este banco como principal financiador da destruição da Amazónia, com 3000 milhões de dólares investidos em diferente empresas que destroem activamente a floresta, sob um manto de desinformação e propaganda publicitária. Os protestos da Greve Climática Global continuam, com mais de 500 acções por toda a Índia levadas a cabo pela federação dos trabalhadores informais. As palavras de indignação da Greta Thunberg na cimeira climática não deixam ninguém indiferente, com a constituição cada vez mais clara de uma rede de interesses das petrolíferas e da extrema-direita para atacar a activista.

O BNP Paribas é o principal responsável pelo financiamento da ADM da Cargill e Louis Dreyfus Company (comerciantes de soja global), da JBS e da Minerva, três principais processadoras de carne bovina do Brasil com operações importantes na Amazónia. Estima-se que estas empresas sejam responsáveis por cerca de 91% da destruição da Amazónia, tendo o BNP Paribas financiado com mais de 3.000 milhões de dólares operações implicadas na destruição da floresta da Amazónia, o que faz do banco francês o actor principal desta catástrofe. O BNP Paribas lucra com a destruição da Amazónia. Por detrás de cada activista assassinado, de ações e inações governamentais, de apropriação de terras indígenas na Amazónia, existe um motivo supremo: o lucro de empresarial, que não abdica de crescer por qualquer motivo, nem mesmo se estiver em causa a extinção de ecossistemas e populações humanas. A emergência climática que vivemos não se coaduna com a perpetuação destes crimes. O Extinction Rebellion esteve hoje nas instalações do BNP Paribas em Lisboa, assim como da sua subsidiária Cetelem, onde afixou a nova publicidade institucional do Grupo financeiro. 

Na Índia, a National Hawkers Federation, federação nacional de trabalhadores e trabalhadoras de rua e informais, organizou mais de 500 acções por todo o país, com centenas de milhares de participantes, para a assinalar a Greve Climática Global.

Entretanto, o terramoto político e histórico que tem sido o movimento pela justiça climática e as greves climáticas têm levado ao crescimento da resposta dos interesses instalados do capitalismo fóssil. Depois das teorias da conspiração, as duras palavras de Greta Thunberg na cimeira do clima são agora o objeto de uma rede de extrema-direita, negacionismo e conservadorismo pagos com o dinheiro da indústria fóssil: da AfD alemã à Front National francesa, Breitbart nos Estados Unidos e UKIP no Reino Unidos são alguns dos eixos centrais. A contundência de Greta tem levado à aposta na velha estratégia de “matar o mensageiro”, mas a diversidade do movimento responderá nas ruas. Os ataques tenderão a intensificar-se com a força crescente do movimento.

Entretanto, a 350.org divulgou um importante mapa destacando as principais lutas contra combustíveis fósseis hoje no mundo, sendo de destacar as várias existentes na Europa Oriental, nos Estados Unidos-Canadá e em África.