Entradas bloqueadas, aulas interrompidas, paredes pintadas. Estudantes vão ocupar até vencer.

Mais de 150 estudantes dormiram nas suas instituições de educação, na Escola António Arroio mais de 200 estudantes bloquearam a entrada da escola.

As ações do movimento “Fim ao Fóssil – Ocupa!” mantém-se. Mais de 150 estudantes pernoitaram nas suas escolas e universidades. Estudantes exigem o fim do uso de combustíveis fósseis até 2030, transitando para uma sociedade justa e renovável, e o fim aos fósseis no governo, nomeadamente a expulsão de António Costa e Silva, ex-barão da exploração de petróleo e gás, ávido defensor da reabertura da exploração de gás fóssil ao redor da costa Algarvia e atual ministro da Economia e do Mar.

Na ocupação da escola secundária António Arroio, mais de 250 alunos bloquearam a entrada principal da escola, impossibilitando o funcionamento regular das aulas. Logo após, os estudantes organizaram um plenário para clarificar os objetivos da ocupação e os princípios.

Na ocupação da escola secundária Camões a noite foi passada no ginásio da escola, com cerca de 60 estudantes a ocupar. O dia foi preenchido com uma sessão dada pela bióloga marinha Ana Pego e outra sessão, sobre “História dos Movimentos Estudantis” por Ana Barradas. Durante o almoço abriram uma cantina alternativa gratuita a todas as pessoas.

Na ocupação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da NOVA o dia começou com uma manifestação pela universidade, a interromper aulas para exigir o fim ao fóssil e a apelar à ação do resto do corpo estudantil. Logo após pintaram um mural espontâneo no muro principal da faculdade. Numa reunião com a direção, foi exigida a suspensão total das aulas até que as reivindicações fossem cumpridas, como forma de concretizar o facto da direção dizer que estava solidária com a causa.

Na ocupação do Instituto Superior Técnico, durante o conselho de escola (reunião onde é aprovado o plano estratégico do Técnico 2020-30, que não inclui nenhuma meta que seja explicitamente sobre a crise climática) os estudantes exigiram que fosse incluída a meta “Neutralidade Carbónica até 2030 no Técnico”, numa vigília com mais de 40 estudantes, professores e investigadores.

Na ocupação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa a cantina social, alternativa acessível à não existência de nenhum espaço público de alimentação dentro da universidade, esteve ativa para distribuir comida vegan para os estudantes. Após uma reunião com a direção da universidade, a direção comprometeu-se a incluir a mensagem da ocupação “Fim aos Fósseis até 2030” nos seus discursos sobre sustentabilidade.

Na ocupação da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa comida gratuita e vegan também foi distribuída, abrindo uma cantina social, mesmo com os bloqueios colocados pela administração da faculdade e polícia.

Em demonstração de solidariedade, estudantes da escola básica e secundária Josefa de Óbidos marcaram uma greve estudantil para esta sexta-feira como forma de apoiar os estudantes que estão a ocupar!

Os estudantes do movimento apelam ainda a que todos os estudantes se juntem às ocupações, e que restantes membros da sociedade as apoiem, e que participem na marcha pelo clima de dia 12 de Novembro, às 14h, no Campo Pequeno, organizada pela coligação “Unir Contra o Fracasso Climático”.