Estudantes removidos à força da faculdade de letras enquanto exigiam o fim aos fósseis.

“O que vão dizer aos vossos filhos?”. Estudantes removidos à força da faculdade de letras enquanto exigiam o fim aos fósseis.

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Este sábado, pela meia noite, a equipa de intervenção da PSP expulsou uma dezena e deteu quatro estudantes que ocupavam a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Os ativistas encontravam-se agarrados ao chão por super-cola, e presos por tubos de ferro e PVC uns aos outros, exigindo o fim aos combustíveis fósseis até 2030, e a demissão do atual ministro da economia e do mar pelas suas ligações à indústria petrolífera.

A polícia de intervenção acusou de desobediência os estudantes imobilizados por cola, independentemente da sua capacidade de se moverem, começando por deter e arrastar contudo a pessoa encarregada de cuidar da segurança das suas colegas.

“O que vão dizer aos vossos filhos? Que sabiam que o mundo ia acabar, mas defenderam os interesses dos poderosos?” protesta Ana Carvalho sobre a ação da polícia perante as ocupações. “Somos punidos pela exigência “absurda” de um planeta habitável” remata ainda a porta-voz da faculdade de Letras.

“Resistimos porque ainda não fomos ouvidos. A normalidade parou de ser viável há muito tempo, e quem tem poder de o declarar e agir sobre isso continua a ignorar esse facto. Até lá, agimos contra a nossa vontade como se a nossa casa estivesse a arder, porque está.”

Margarida vale de gato, professora da FLUL, em solidariedade com as ocupantes, salienta que esta é uma causa urgente pela qual todas as pessoas se devem responsabilizar e que os atuais órgãos de decisão não podem esperar pelo sacrifício dos mais jovens.

Enquanto as ocupações de Lisboa enviam vídeos de apoio, estudantes em escolas sem ocupações mostram também apoio ao movimento “Fim ao Fóssil: Ocupa!”. Esta tarde ocorreu na escola secundária Josefa de Óbidos uma manifestação em solidariedade com o as ocupações que têm surgido em múltiplos países. Ainda na noite da detenção dezenas de estudantes mobilizam-se para uma vigília á porta da esquadra.

O comunicado enviado pela organização aponta ainda para a manifestação “Unir Contra o Fracasso Climático” aberta a toda a sociedade civil, que ocorrerá este sábado dia 12 às 14h no Campo pequeno.