25 de Setembro de 2020, voltámos às ruas.
Em Portugal em mais de 10 locais e pelo mundo em mais de 3 mil, mostrámos que não iremos a lado nenhum até que sejam tomadas ações concretas e efetuadas mudanças profundas. Estudantes, ativistas, sindicatos e a sociedade civil estiveram a marcar presença para dizer: não iremos voltar ao normal. sta mobilização uniu várias vozes e diferentes setores da sociedade civil, tendo o respetivo manifesto mais de 50 organizações subscritoras ou apoiantes.
Fomos menos do que da última vez, mas mais do que as condições de pandemia poderiam fazer prever. Em breve teremos de voltar a ser milhões em todo o mundo, porque esta pandemia não fez parar a crise climática.
Em Lisboa, centenas de pessoas marcharam desde o Marquês de Pombal até ao Rossio, onde anunciámos as próximas iniciativas do movimento por justiça climática. A polícia quis travar a manifestação e empurrá-la para fora das ruas, nas quais temos o direito de estar. Não aceitamos ser relegados e a polícia não pode coagir-nos a abdicar do direito político à manifestação, cujo percurso estava há muito definido e comunicado às autoridades.
Em Aveiro, a ação foi realizada em vários pontos da cidade e incluiu diversas iniciativas que tiveram em conta as reivindicações locais.
Em Álcacer do Sal, as ativistas sentaram-se junto à Câmara Municipal durante 3 minutos por cada ano que nos resta até 2030 – o prazo que temos para cortar 50% das emissões de gases com efeito estufa.
A mobilização pelo clima em Setúbal contou com diversas atividades ao longo do dia, desde arte de intervenção a projeção de vídeos. A organização SOS Sado reforçou a urgência da luta contra as dragagens no Rio Sado consequentes do projeto de alargamento do Porto de Setúbal.
Um pouco por todo o Algarve, jovens sairam à rua para reivindicar um futuro justo, através de gravações, cartazes e pinturas com giz.
Em Évora, fez-se uma pequena concentração em frente ao emblemático Templo Romano.
Guimarães também não ficou parado. Ocuparam-se as ruas da cidade gritando palavras de ordem, passando pelos locais mais simbólicos da cidade.
Já no Pico, voltou-se às ruas para defender o que é nosso por direito.
Em Coimbra, marchou-se desde o Jardim Botânico até à Câmara Municipal, gritando em uníssono: Justiça Climática Já!
No Porto tivemos mais uma ação pelo clima para mostrar que não aceitamos a inação governamental face às alterações climáticas e a hipocrisia na tomada de decisões quanto ao nosso presente e futuro.
Por último, fizemo-nos ouvir pela primeira vez n
No dia 25 de Setembro de 2020, saímos às ruas por uma transição justa; pela requalificação profissional das trabalhadoras dos setores poluentes; pelo investimento e eletrificação da ferrovia; pela criação de um sector público que lidere o processo de produção da energia renovável; pelo cancelamento de quaisquer grandes projetos que acarretem um aumento de emissões de gases com efeitos de estufa; pela proibição da exploração de hidrocarbonetos em Portugal; pelo acesso à habitação, água e alimentos a toda a população. Saímos às ruas por uma economia que tenha a vida no centro, e não o lucro.
Este foi um momento de luta pela Justiça Climática, para voltar a exigir uma mudança imediata do paradigma social, mas foi também o primeiro momento de celebração coletiva do movimento, depois da enorme vitória que representou o cancelamento de todos os 15 contratos de exploração de combustíveis fósseis em Portugal. O movimento pela Justiça Climática está de volta. Não desmobilizámos e vamos continuar a mobilizar, sempre a crescer e sempre a escalar. Temos 10 anos para mudar o mundo.